A ex-diretora da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, Bianca Talita Franco, cumpriu o que vinha dizendo nos bastidores e abriu a sua caixa preta em depoimento realizado ontem, durante a Comissão Especial de Investigação (CEI) aberta pela Câmara de Vereadores.
Conhecida nos bastidores como “Mulher Bomba”, ela respondeu pergunta dos vereadores por quase quatro horas. Ela mesmo reafirmando a maioria das denúncias que fez, evitou dizer nomes, mas encaminhou à CEI uma lista de nomes relacionados a cada uma de suas denuncias e documentos comprovando, parte do que disse.
Bianca reafirmou que existe uma “Máfia dos Médicos” e disse que entregou os nomes à CEI, por meio de documentos.
Estes, conforme detalhou, cobrariam valores maiores para procedimentos particulares feitos na Santa Casa, enquanto fariam o mesmo procedimento por preços menores em clínicas e hospitais particulares.
“Existem equipes, como anestesistas, que cobram R$ 6 mil na Santa Casa e R$ 4 mil em outros hospitais”, exemplificou e acrescentou que alguns médicos também atuariam para impedir que outros profissionais trabalhem na Santa Casa. Ela disse que a denúncia não é geral e sim a um grupo específico. “Alguns consegui tirar”, disse.
Respondendo a questionamentos dos membros da CEI, Bianca também reafirmou que alguns membros da irmandade da Santa Casa usariam a instituição “politicamente” para barganhas, interesses ou favorecimentos pessoais ou interesses políticos.
A ex-diretora acrescentou que há casos em que integrantes da irmandade estariam se beneficiando pessoalmente, ou beneficiando empresas próprias, com contratos com a Santa Casa.
Ela ainda relatou um sumiço de uma ata, que teria resultado em um Boletim de Ocorrência.