Coder representa impacto negativo superior a R$ 500 milhões no orçamento de Rondonópolis, aponta Prefeitura

Apresentação técnica na Câmara expõe quadro de insolvência e inviabilidade operacional da companhia


Durante a sessão da ordem do dia desta terça-feira (15), a Câmara Municipal de Rondonópolis recebeu uma apresentação técnica da Prefeitura sobre a situação financeira da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder). A explanação foi conduzida por uma equipe formada por representantes da Procuradoria-Geral e das Secretarias de Fazenda e Governo. O relatório revelou um impacto negativo superior a R$ 500 milhões no orçamento do município, resultado direto da atual condição da empresa.


A secretária municipal de Fazenda, Rane Curto, detalhou os números com base no balancete da Coder datado de 30 de junho de 2025. Segundo ela, a dívida acumulada da companhia ultrapassa R$ 261 milhões, enquanto o patrimônio líquido está negativo em mais de R$ 242 milhões — ou seja, a dívida com o sócio majoritário, que é o próprio município. A soma das duas cifras aponta um impacto orçamentário superior a meio bilhão de reais.


O relatório também expôs os sucessivos prejuízos da estatal: R$ 5,5 milhões em 2023, mais de R$ 21 milhões em 2024 e R$ 13 milhões apenas no primeiro semestre de 2025. Nos últimos dois anos e meio, as perdas acumuladas passam de R$ 40 milhões, montante que, por ser a Prefeitura a principal sócia, acaba sendo absorvido pelo erário municipal.


Rane Curto enfatizou ainda que a inviabilidade da empresa não será revertida nem mesmo com medidas drásticas. “Mesmo que se corte 60% da folha de pagamento, a Coder continuará deficitária. A estrutura atual da companhia é insustentável e coloca em risco o equilíbrio fiscal do município”, alertou.


A secretária também explicou que, mesmo com o andamento de uma possível homologação das dívidas trabalhistas e previdenciárias da empresa junto à União, o modelo organizacional da Coder continuará gerando prejuízos. A análise técnica deixou claro que a reestruturação da estatal traria impactos fiscais considerados irreversíveis.


Próximos passos

A apresentação reforça a urgência de uma definição sobre o futuro da Coder, empresa que já foi estratégica para obras e serviços no município, mas que hoje se tornou um fardo financeiro. A expectativa agora é de que o Executivo e o Legislativo avancem no debate sobre alternativas viáveis para mitigar os danos e preservar a saúde fiscal de Rondonópolis.

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Redação GNMT