Com aval de Mauro Mendes e presença de caciques políticos e empresariais, vice-governador sai fortalecido como candidato único à sucessão no Palácio Paiaguás
A corrida pelo governo de Mato Grosso em 2026 ganhou contornos mais definidos nesta terça-feira (8), com a oficialização de Otaviano Pivetta (Republicanos) como pré-candidato único do grupo que comanda o Estado. O anúncio velado foi sacramentado em um jantar na chácara da Bom Futuro, em Cuiabá, propriedade do empresário Eraí Maggi, um dos principais articuladores políticos e econômicos do estado.
O encontro teve clima de consagração. Com a presença do governador Mauro Mendes (União Brasil), do presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), do ex-senador e empresário Cidinho Santos (PP), e do presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, o evento confirmou o que já se desenhava nos bastidores: o grupo governista terá candidatura única em 2026, e ela será encabeçada por Pivetta.
O vice-governador, até então discreto nas articulações públicas, emergiu do jantar como o nome de consenso entre políticos e empresários que sustentam a atual administração estadual. A movimentação busca repetir a fórmula vitoriosa das últimas eleições e evitar divisões como as que comprometeram o grupo em Cuiabá em 2024.
Unidade estratégica
A presença de possíveis concorrentes internos, como Max Russi e Cidinho Santos, foi simbólica. Ambos fizeram questão de reforçar o apoio à pré-candidatura de Pivetta e alinhar o discurso pela continuidade do projeto de governo iniciado por Mauro Mendes em 2019.
A escolha por Pivetta atende a uma equação política e administrativa: além de ser o atual vice-governador, ele tem histórico de gestão, trânsito entre o setor produtivo e interlocução respeitada entre prefeitos. O apoio de Marcos Pereira, presidente nacional do Republicanos, sela a estratégia de manter a aliança estadual sob a mesma base que elegeu Mauro Mendes.
Rumo a 2026
A antecipação da definição do nome governista é vista como tática para consolidar alianças regionais, acalmar a base e neutralizar movimentos da oposição. O desafio, agora, será manter o grupo unido e coeso até as convenções de 2026, evitando os desgastes típicos de uma disputa interna.
A articulação sinaliza força e organização da base aliada, enquanto a oposição ainda busca nomes e estratégias para entrar na disputa. Com apoio do agronegócio, de lideranças partidárias e da máquina estadual, Pivetta larga com vantagem e cacife político para manter o controle do Palácio Paiaguás sob a mesma bandeira.