RONDONÓPOLIS (MT) – Com uma população de mais de 250 mil habitantes, Rondonópolis chega a um ponto de inflexão sobre o destino da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder). A Câmara Municipal é agora cobrada a tomar uma decisão definitiva sobre o que fazer com a empresa pública, mergulhada em dívidas e com histórico de má gestão.
A Coder acumula anos de desequilíbrio fiscal, contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e um passivo que recai sobre os ombros do contribuinte. O estopim do debate se intensificou em 2025, após a nova gestão do prefeito Cláudio assumir o município e encontrar a Coder praticamente inoperante: sem Certidões Negativas de Débito (CNDs), contratos paralisados e sem capacidade legal para prestar serviços ao poder público.
Ao longo do primeiro semestre, a Prefeitura buscou apoio técnico do TCE para tentar reestruturar a companhia. Como resultado, uma mesa técnica vem liberando gradualmente a execução de serviços essenciais pela empresa, em caráter emergencial e monitorado. No entanto, essa solução é provisória e tem prazo de validade.
Agora, a responsabilidade está nas mãos do Legislativo Municipal. A Câmara precisa decidir se segue bancando os rombos da Coder com recursos públicos ou se parte para uma nova solução que alivie a carga sobre os cofres do município.
“A sociedade não pode mais ser obrigada a pagar pelas dívidas de uma empresa falida. É preciso coragem política para romper com esse ciclo e priorizar a população”, defende um parlamentar ouvido pelo GNMT sob reserva.
A pressão aumenta não só entre os vereadores, mas também nas ruas. Moradores e setores organizados da sociedade civil cobram transparência, soluções definitivas e a responsabilização dos gestores que empurraram a crise da Coder com a barriga por anos.
Com o clima político se acirrando, os próximos dias prometem decisões cruciais para o futuro da empresa, e do dinheiro público em Rondonópolis.