A situação financeira da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder) tem provocado intensos debates nos bastidores da política local, principalmente diante da possibilidade de liquidação da empresa pública. Conforme dados preliminares obtidos pelo site GNMT, as dívidas acumuladas da Coder já ultrapassariam os R$ 400 milhões — podendo chegar, segundo estimativas, à casa dos R$ 500 milhões.
Embora os números ainda estejam em processo de apuração, o cenário já é considerado crítico. A magnitude do passivo é tamanha que, independentemente da decisão a ser tomada pelo prefeito Cláudio Ferreira (PL), pode inviabilizar financeiramente o município. Isso porque o valor da dívida se aproxima do orçamento disponível para novos investimentos, estimado entre R$ 300 e R$ 400 milhões, o que comprometeria a realização de obras e projetos estruturantes na cidade.
Apesar do orçamento total ser de mais de R$ 2 bilhões, os números apresentados são o que restam para os novos investimentos.
“O abacaxi que caiu nas mãos de Cláudio é, em tese, resultado de gestões anteriores que deixaram a empresa nesse colapso”, avalia uma fonte próxima ao governo. Ainda segundo apuração do GNMT, o sentimento de preocupação é crescente entre lideranças políticas, que veem na atual situação da Coder um entrave ao desenvolvimento urbano e à qualidade de vida da população.
Uma liderança local, sob condição de anonimato, foi categórica ao afirmar que a empresa pública se transformou em instrumento político. “A CODER, que deveria ser uma empresa pública a serviço da cidade, virou moeda de troca política. Enquanto isso, as ruas ficaram abandonadas, os bairros esquecidos e a qualidade de vida do cidadão, ignorada”, afirmou.
No entanto. Há uma grande preocupação com os que realmente trabalham que são os servidores da empresa. Caso a decisão seja a liquidação, o prefeito vai ter que fazer um grande trabalho de reengenharia para manter os trabalhadores.
Para essa mesma liderança, é hora de transparência. “Chegou a hora de abrir a caixa-preta, expor os números e colocar a verdade diante de todos. Gestão de verdade se faz com responsabilidade, transparência e compromisso com as pessoas — não com dívidas, enganação e uso político das instituições.”
A Coder, criada para ser um braço operacional do município, especialmente nas áreas de infraestrutura e serviços urbanos, pode estar diante do maior desafio de sua história. A decisão sobre seu futuro, segundo interlocutores próximos ao Executivo, deverá ser tomada com base em dados técnicos e projeções financeiras, diante de um cenário que exige responsabilidade fiscal e planejamento.