Um pai de aluna da rede pública de Alta Floresta (MT) denunciou à direção de uma escola uma atividade de matemática que, segundo ele, apresenta conteúdo inapropriado para a faixa etária da filha. O exercício, que cita o uso de preservativos e relações sexuais, foi encontrado no caderno da estudante, do 5º ano do Ensino Fundamental.
A polêmica ganhou repercussão nas redes sociais após o pai compartilhar imagens da atividade, expressando indignação com a abordagem do tema em um exercício de matemática. Segundo ele, a situação-problema tratava da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (ISTs) e gravidez indesejada.
“Não sou contra educação sexual, mas isso precisa ser tratado com responsabilidade e respeitando o desenvolvimento da criança. Matemática é pra ensinar contas, não pra falar de sexo”, declarou o pai em uma das postagens.
Posicionamento da Prefeitura
Após a repercussão, a Prefeitura de Alta Floresta se manifestou oficialmente nesta quarta-feira (6). O prefeito, acompanhado por representantes da Secretaria Municipal de Educação, visitou pessoalmente a escola para apurar os fatos.
De acordo com a gestão municipal, a atividade foi elaborada de forma isolada por um professor, sem aprovação ou alinhamento com os planejamentos pedagógicos da escola e da Secretaria.
“Foi uma produção individual do professor, não consta em nosso planejamento coletivo nem no material oficial da rede”, explicou a diretora pedagógica.
Estiveram na unidade o prefeito, o superintendente de educação, a diretora pedagógica, o assessor do programa “Alfabetiza Alta Floresta” e a equipe gestora da escola. O grupo ouviu o professor responsável, a coordenação e a direção escolar.
Após avaliação jurídica e pedagógica, a prefeitura anunciou a abertura de um processo administrativo para investigar a conduta do servidor, que é concursado.
Tema sobre ISTs estava no planejamento coletivo
A Secretaria de Educação esclareceu que o tema das ISTs fazia parte do planejamento coletivo e foi abordado em cinco turmas do 5º ano da Escola Jardim das Flores. No entanto, somente um professor elaborou uma atividade interdisciplinar unindo o tema de ciências à matemática, originando a polêmica.
“Infelizmente, não aceitamos a forma como a atividade foi apresentada, nem o vocabulário empregado”, ressaltou a diretora pedagógica.
Apelo ao diálogo e crítica à exposição nas redes
A gestão educacional também pediu que pais procurem primeiramente a escola para esclarecer dúvidas ou registrar reclamações.
“O pai poderia ter levado a questão diretamente à coordenação. A exposição pública, antes da apuração dos fatos, compromete o ambiente pedagógico e o direito de resposta da escola”, pontuou a equipe.
A Prefeitura reafirmou que conteúdos como o da atividade denunciada não fazem parte do material didático oficial da rede municipal, tampouco das formações pedagógicas oferecidas regularmente aos professores.